Bancada evangélica emperra projetos de gays no Congresso


Grupos LGBT dizem que reivindicações do movimento foram “rifadas’.
Para senador Marcelo Crivella(foto)PRB-RJ, deve-se “preservar o livre exercício do culto religioso”.

A recente tramitação no Congresso do projeto que criou o Ministério da Pesca escondeu uma batalha em que a Frente Parlamentar Evangélica se saiu vitoriosa e rendeu críticas ao governo por parte de grupos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT).

O descontentamento não se referia ao novo ministério. O texto também tratava das atribuições da Secretaria Especial de Direitos Humanos e descrevia, entre os grupos atendidos, a população LGBT. Previa ainda a criação de um Conselho LGBT no governo.

Depois do debate na Câmara, o texto final excluiu o termo LGBT e citava apenas “minorias”. O Conselho LGBT também não foi aprovado.

A mudança foi comemorada por congressistas ligados a igrejas evangélicas.
Para grupos LGBT, o governo “rifou” reivindicações do movimento para aprovar o restante do projeto além do Ministério da Pesca, tratava da área ambiental e criava cargos em comissão.

Segundo Míriam Martinho, da Rede Um Outro Olhar, o texto aprovado mantém os movimentos, que lutam por visibilidade, invisíveis.
“Será uma comissão enrustida [o Conselho contra Discriminação]”, disse.

O estilista Carlos Tufvesson, integrante do Conselho dos Direitos LGBT do Rio de Janeiro, diz que o governo não tem interesse em priorizar a luta LGBT. “O governo, na sua atividade legislativa, não apoia os pleitos LGBT. Entram milhões de barganhas nas negociações.”

Já Luiz Mott, fundador do grupo Gay da Bahia, afirma que é um governo de “boas intenções e poucas ações”.

Fonte: Blog do Noblat ( O Globo )

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